segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cadê o Outono?


A cor amarela do sol brilhante lá fora não combina com meu espírito acinzentado desse dia; é sufocante; como se o calor do sol queimasse minha pele se os dois se tocassem; não há harmonia; como alguém que acaba de acordar e abrir os olhos, mas a luz dói, porque você estava muito tempo no escuro.
Quem sabe se as árvores nuas, o molhado da calçada e as grandes roupas que escondem a pele cobrissem meu corpo; meus olhos no acinzentado do dia encontrariam o foco de luz ideal para abrigar-se; livrar-me-ia das paredes que me coagem a manter-me no santuário; o cheiro de mirra e cravo que exala do meu espírito, teria a sua extensão no vento que sopra lá fora, trazendo uma nova essência, do cheiro molhado de chuva.